Há alguns meses fomos surpreendidos com informações a respeito de mais um
esquema de lavagem de dinheiro, corrupção, tráfico de influência... Enfim,
prejuízos ao Brasil. Até aí não há muita novidade num país que se acostumou com
a impunidade e a malversação do dinheiro público. O problema é que o foco da
corrupção neste caso foi uma das estatais mais benquistas por todos, fonte de
orgulho por muitos e muitos anos. A Petrobras significava mais do que uma
empresa bem sucedida, significava o Brasil que dá certo.
No entanto, a ganância se espalhou por seus corredores como se fosse erva
daninha. A sensação de frustração foi enorme, especialmente para quem investiu
o FGTS na empresa e viu o valor das ações despencarem. Percebo ao andar pelas
ruas, nas conversas de esquina, nos almoços de família que o tema corrupção na
Petrobras tomou conta das rodas de amigos. O mais triste é ouvir o frequente
comentário: “Essas CPIs não vão dar em nada. Serão mais uma pizza”. É
lamentável. Mais lamentável ainda é concordar em parte com esse prognóstico,
especialmente quando penso na CPI do Senado, completamente dominada pelos
governistas.
Por
isso, fizemos tanta questão da CPI mista, formada por deputados e senadores.
Sei que ainda é muito pouco: dos 32 integrantes, somos 10 oposicionistas.
Independentemente do resultado, entendo que a criação da CPMI foi uma grande
vitória das oposições que conseguiram fazer com que o clamor do povo fosse
ouvido pelo Congresso Nacional.
Participei da instalação da CPMI da Petrobras, na qual foram eleitos presidente
e relator. Sou integrante suplente e mesmo assim quis acompanhar todos os
momentos da reunião. Ouvi atentamente os comentários dos deputados e senadores
e a justificativa para a apresentação dos seus 500 requerimentos.
É
certo que muitos utilizam da palavra para defender ardorosamente seus pontos de
vista, seja a favor ou contra a postura governamental e isso em ano de eleição
pode denotar que querem apenas aproveitar-se da mídia espontânea... Mas é certo
também que acima de qualquer interesse eleitoreiro a minoria formada pela
oposição marca território e demonstra que não será tolhida ou calada pelo
poderio econômico e pelo tráfico de influência política. Até porque o que
ocorre na Petrobras não é fato eleitoreiro. Apenas veio à tona neste momento.
Espero
que a maioria governista, ardentemente preparada, valha-se justamente do
período eleitoral para buscar a verdade e não para “bagunçar o coreto” e
transformar a CPMI da Petrobras em outra CPI do “Carlinhos Cachoeira”, que deu
com os burros n’água...
É
com essa expectativa que estou participando da CPMI. Precisamos descobrir o
real envolvimento dos senhores Gabrielli, Cerveró, Paulo Roberto Costa, e da
senhora presidente Dilma Rousseff, então presidente do Conselho Administrativa
do Petrobras quando da aquisição da usina de Pasadina.
O
Brasil merece saber de até quanto foi o prejuízo à Petrobras e ver punido quem
de fato colocou a mão na cumbuca.
*Ruben
Figueiró é senador pelo PSDB-MS
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