“Parece
que a presidente Dilma foi eleita com um discurso e vai governar com outro”. A
frase do ex-ministro Luiz Mendonça de Barros, publicada hoje em reportagem da
Folha de São Paulo, é bem apropriada para as decisões tomadas nos primeiros
dias logo após a reeleição. Durante a campanha, Dilma associava a Aécio Neves a
política de juros altos para combater a inflação. Pois bem, para surpreender o
mercado, o Banco Central decidiu elevar a Selic de 11% para 11,25% e ainda deve
elevar mais até o final do ano. Espero que a gestão petista tenha percebido ser
inevitável a receita: corte de gastos + alta do juro = a controle da inflação e
retorno da confiança da iniciativa privada.
A alta
dos alimentos, o reajuste da energia elétrica, da gasolina, das escolas, tudo
isso serve para evidenciar que a inflação em 2015 provavelmente vai superar o
limite de 6,5% fixado pelo governo.
A presidente Dilma, na sua ânsia
eleitoral de mostrar que a situação econômica do país estava acendrada em bases sólidas e que medidas extremas de
ordem fiscal e tributária não seriam aplicadas após as eleições, dizia
enfaticamente que notícias em contrário eram simples boatos propalados pelas
oposições.
Agora pelos reiterados aumentos (e
muitos outros ainda virão), os “boatos” se confirmam e tornam-se realidade. Já
declarados aumentos concedidos a várias empresas de distribuição de energia
elétrica em todo o país, que chegam a quase 60% , como no caso de Roraima; os
aumentos paulatinos dos combustíveis; a recente decisão do Banco Central em
aumentar para 11,25% da taxa Selic; repito, são o início de uma sequência que
irá morder a mão do trabalhador brasileiro. A massa de pessoas indignadas vai
ficar ainda maior porque irá acrescentar a ela àqueles que – pelo menos os de
boa fé – votaram pela reeleição da presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário