quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A realidade do boato

          “Parece que a presidente Dilma foi eleita com um discurso e vai governar com outro”. A frase do ex-ministro Luiz Mendonça de Barros, publicada hoje em reportagem da Folha de São Paulo, é bem apropriada para as decisões tomadas nos primeiros dias logo após a reeleição. Durante a campanha, Dilma associava a Aécio Neves a política de juros altos para combater a inflação. Pois bem, para surpreender o mercado, o Banco Central decidiu elevar a Selic de 11% para 11,25% e ainda deve elevar mais até o final do ano. Espero que a gestão petista tenha percebido ser inevitável a receita: corte de gastos + alta do juro = a controle da inflação e retorno da confiança da iniciativa privada.
          A alta dos alimentos, o reajuste da energia elétrica, da gasolina, das escolas, tudo isso serve para evidenciar que a inflação em 2015 provavelmente vai superar o limite de 6,5% fixado pelo governo.
A presidente Dilma, na sua ânsia eleitoral de mostrar que a situação econômica do país estava acendrada  em bases sólidas e que medidas extremas de ordem fiscal e tributária não seriam aplicadas após as eleições, dizia enfaticamente que notícias em contrário eram simples boatos propalados pelas oposições.
Agora pelos reiterados aumentos (e muitos outros ainda virão), os “boatos” se confirmam e tornam-se realidade. Já declarados aumentos concedidos a várias empresas de distribuição de energia elétrica em todo o país, que chegam a quase 60% , como no caso de Roraima; os aumentos paulatinos dos combustíveis; a recente decisão do Banco Central em aumentar para 11,25% da taxa Selic; repito, são o início de uma sequência que irá morder a mão do trabalhador brasileiro. A massa de pessoas indignadas vai ficar ainda maior porque irá acrescentar a ela àqueles que – pelo menos os de boa fé – votaram pela reeleição da presidente.

 

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