Esta primeira quinzena de fevereiro, simbolicamente marcada pela reabertura dos
trabalhos legislativos do Congresso Nacional, das Assembleias estaduais e
Câmaras Municipais, das grandes metrópoles aos dos mais singelos grotões de
nosso país continental, dos Tribunais Superiores, não trouxe as alvíssaras
ansiosamente aguardadas pela população, sobretudo do que se esperava da esfera
Federal.
Veja-se: Não pela ordem de valor, mas pelo calor das preocupações: tumores da
violência urbana supuraram em Brasília, em razão, sobretudo, da paralisia
operacional de suas polícias; tumultos na cidade maravilhosa com a ação
baderneira dos black blocs, sob a alegação do aumento nas tarifas de
transporte urbano; explosão de ânimos da população paulistana, motivada pelo
blecaute do sistema de metrô; ameaça de desequilíbrio hídrico nos mananciais
que abastecem os grandes centros urbanos, com perspectiva preocupante de um
racionamento na distribuição do precioso líquido – a água; ameaça, cada vez
mais tenebrosa, da falência do sistema energético, denunciada pelos apagões
derivados do anacrônico complexo de distribuição, neste momento o calcanhar de
Aquiles da senhora presidente Dilma. Nesse setor, ultraimportante para o
equilíbrio social e econômico do país, quão o inevitável prejuízo a pretensões
político eleitorais para o governo, surge o fantasma cruel da eminente carência
na produção de energia elétrica, naturalmente pelo esgotamento hídrico das
bacias de represamento das usinas.
Para não alongar, outros itens preocupantes circulam pelos céus da Pátria. Já
se esperavam que tal ocorresse e veio agora a público o affair dos
médicos cubanos, um imenso abacaxi para o governo. Como apontou a experiente
colunista Eliane Catanhêde, da Folha de São Paulo, “criou-se um imbróglio
diplomático”, cuja solução terá de ser digerida, embora indigesta para o
governo: se extraditar a médica cubana, se ela conseguir asilo nos Estados
Unidos e se der a ela o status de refugiada, como soluções possíveis, qualquer
delas provocará uma gritaria danada.
Como diz a sabedoria
popular e também bíblica: quem pariu Mateus ....
Tudo e tudo em razão das ações continuadamente erráticas do governo federal.
Está ele vivendo dias infernais. A panela de pressão popular está em seu limite
máximo e pode explodir, mas o governo encara tudo com a sua leniência de um
banho-maria.
*Ruben Figueiró é senador pelo PSDB-MS
Nenhum comentário:
Postar um comentário