Tenho andando muito
pelo Estado de Mato Grosso do Sul neste período eleitoral e um fato chamou
minha atenção: Poucas são as pessoas que declaram a opção de voto em suas
roupas, veículos ou janelas. Quase não observo adesivos nos carros com nome e
número de candidatos, tampouco bandeirolas ou botons. Essas coisas aparecem em
mobilizações específicas como carreatas programadas com hora para início e fim.
Depois disso, todos voltam à sua rotina, sem estampar sua escolha eleitoral aos
amigos, familiares e conhecidos. Parece que há uma falta de convicção, o que
impede de tentar convencer os outros a também votar no seu considerado “melhor
candidato”.
Analiso essa falta de
paixão pelo processo eleitoral como um reflexo ainda das jornadas de junho de
2013, quando a população expressou claramente sua desilusão com a classe
política e rejeitou duramente ser representada por quem está aí no poder. O
interessante é que naquela ocasião o povo não se eximiu de vocalizar tudo o que
está ruim e gritar por melhorias.
Ao longo de minha
trajetória de mais de 60 anos de vida pública, participei de inúmeras campanhas
eleitorais, umas mais intensas, outras menos, umas mais civilizadas, outras em
que a troca de farpas era mais pujante. Confesso que na de 2014 que observo da
minha fase outonal da vida, choco-me com algumas atitudes de candidato que usa
até de palavras de baixo calão para referir-se ao principal adversário.
Sinceramente, isso não condiz com o gasto financeiro já revelado como o maior
do Brasil para uma campanha ao governo do Estado.
Lamento a estratégia
grosseira do PT, que em âmbito local, parece repetir a do nacional. Pelos
resultados das últimas pesquisas de intenções de voto, percebemos que a opção
da grosseria e da mentira repetida mil vezes não está mais dando certo.
Apesar de tanto
explorar o medo e a difamação contra os principais adversários Aécio Neves e Marina
Silva, Dilma Rousseff não tem conseguido recuperar suas intenções de voto.
Estagnou. Enquanto Aécio ganhou fôlego cresceu nas últimas pesquisas e reduziu
pela metade a diferença entre ele e a presidente num segundo turno. Sinal de
que tem bala na agulha para superar a máquina estatal e garantir a alternância
de poder proporcionando ao país uma mudança real, mas com responsabilidade.
Afinal, quem acredita no “seguir mudando” propalado pelo grupo que está há 12
anos no governo?
Então vou provocá-lo,
caro leitor, sobre o voto útil. Entendo que útil é estudar, pesquisar para
fazer a melhor escolha sobre quem deverá ocupar cada um dos cargos em aberto
nestas eleições: Presidente, Governador, Senador, Deputado federal e estadual.
Cada um deles tem papel fundamental dentro de sua área de atuação. A escolha
errada significa amargar o arrependimento por quatro anos (ou oito, em caso de
senador). Pior, o tal voto “útil” pode inviabilizar a ida ao segundo turno do
melhor candidato, o que será erro fatal e comprometerá o futuro do Brasil.
Útil, repito, é sair da zona de conforto em busca do engajamento político para
convencer os cidadãos que estão na sua rede de relacionamentos (do frentista ao
professor do seu filho; do estagiário ao seu chefe) a votar em quem realmente
representará um novo jeito de governar.
Lembre-se, não é à
toa que todos os slogans criados pelos competentes marqueteiros das
campanhas presidenciais falam de mudança. O Brasil pós jornadas de junho exige
novidade, mas novidade com segurança e verdade. E isso só um candidato com
história política e experiência de gestão pode proporcionar.
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