O
fato é que os manifestantes pressionam por mudanças, transparência, eficiência
na gestão pública e melhoria nos serviços essenciais.
É
chegado o momento de dar respostas a este movimento vigoroso de reivindicação
com múltiplas agendas, pontuadas em três eixos: educação e saúde de qualidade;
controle da inflação; e combate à corrupção.
Eu
tenho algumas propostas: Dilma, reduza para 20 o número de ministérios e verá
aumentar sua credibilidade junto à população. Confira total transparência aos
gastos da Presidência da República. STF, dê cabo ao julgamento do mensalão, com
punição exemplar aos corruptos. Congresso, coloque em pauta temas pulsantes que
vão de fato melhorar a vida do cidadão.
De
modo geral, entendo que este movimento impulsionado pelo Facebook demonstra que
o país passa por uma crise institucional nos três Poderes. A questão não está
apenas na ineficiência dos Executivos, mas também na morosidade da Justiça e
dos Legislativos.
Tanto
é assim, que os dizeres escritos nos cartazes feitos à mão são dos mais
variados: reclamam da tarifa do transporte público, do superfaturamento das
obras da Copa, repudiam a PEC 37, clamam por melhoria de qualidade de vida. O
fato é que o povo cansou de esperar parado por soluções para seus problemas
mais imediatos, cansou de observar a carestia e de assistir a impunidade de
corruptos e corruptores.
O
fato preocupante é que a juventude que saiu das mídias sociais para as ruas não
se sente mais representada pelos partidos políticos. Reflexo, na minha visão,
do abandono dos jovens por parte das legendas partidárias. Quando as
agremiações abandonam seus ideais negligenciam os valores da juventude.
A
voz altissonante das ruas está nos dizendo que é hora de reformas urgentes.
Precisamos mudar a forma e agir politicamente; a Justiça deve ser mais ágil
para acabar com essa pecha de que o Brasil é o país da impunidade,
especialmente em relação aos ricos e poderosos.
A
reforma política tem que sair, seja por meio de uma Constituinte, seja por meio
de um plebiscito ou de um referendo, a partir de uma proposta discutida no
Congresso ou apresentada por entidades representativas da sociedade civil, como
a OAB, CNBB e Movimento de Cobate à Corrupção Eleitoral. Vamos reinventar o modus
operandi do fazer política e encontrar a verdadeira mudança tão clamada
pelas ruas.