A
senhora presidente começa suas escolhas ministeriais para assessorá-la no governo
da reeleição. Sou da oposição. Tal, porém, não me desobriga e até exige que eu
me manifeste à distância sobre as decisões do Palácio do Planalto,
especialmente no tocante a uma área que diz muito ao meu Mato Grosso do Sul – a
agropecuária.
Para
esta, a senhora presidente anuncia o nome da senadora Kátia Abreu. Sem dúvida é
um nome respeitável, mas percebo haver resistência no ambiente do próprio
partido dela, o PMDB, que considera a nomeação como parte da cota pessoal de
Dilma. A indicação seria “um agrado” pela atuação da presidente da CNA em favor
da reeleição durante a campanha. Aliás, parece que Dilma não conhece a máxima
da política que diz que tudo o que é acordado não sai caro. A presidente
esqueceu-se de fazer o PMDB sentir-se padrinho da escolha de Kátia Abreu para a
Agricultura.
Mas
o maior aliado do PT não é o único problema em relação à indicada ao
Ministério. Há resistências também de expressivas lideranças da Frente
Parlamentar Ruralista e de amplos setores da classe rural. Sem contar na reação
do MST, que já começou a onda de invasões de terras e divulgou um texto
intitulado “Bem-vinda Kátia Abreu”, com o prenúncio de que não vem coisa boa
por aí.
Ouço
o zum-zum-zum, mas não me cabe indagar os seus reais motivos. Sei isso sim, que
tais motivos poderão prejudicar uma exitosa administração da nossa agricultura,
hoje a principal área da produção nacional.
Para
evitar já de início a guerra dos bastidores, entendo que o prudente seria a
senhora presidente ouvir ao invés do Lula, seu criador e imperial consultor - que
pouco ou nada sabe da produção de batata ou da diferença entre uma vaca Holandesa
e uma Nelore --, deveria ouvir sim o produtor rural, hoje muito bem
representado no Congresso Nacional. Mas, como já tem demonstrado, Dilma tem
vocação para desagradar...
Destaco
um nome respeitável dentre os parlamentares e acredito que de maior consenso: o
do senador Waldemir Moka, representante de nosso Estado e também integrante do
PMDB. Ressalto não ele possui um hectare de terra sequer, mas se identifica com
a classe rural e o faz com discernimento, como um devoto desde quando em
Brasília demonstrou o seu valor e credibilidade, primeiro como deputado federal
e agora como senador, quando tem revelado-se um soldado impávido na defesa do
campo.
Estou convicto de que tal
decisão, se tomada pela presidente, acalmaria amplos setores, majoritários
daqueles que produzem e como produzem no campo. Os exemplos reveladores aí
estão.
*Ruben Figueiró é senador e
presidente de honra do PSDB-MS