
Muito depois do
alerta de Frei Vicente, já no século passado, em suas primeiras décadas, o
presidente Getúlio Vargas iniciou uma política efetiva de conquista do oeste,
criando dois polos de desenvolvimento: um mais no centro-norte, ou seja, no
noroeste, com a Fundação Brasil Central; outro, no sudoeste com a criação da
Colônia Agrícola Federal de Dourados.
Tais fatos, já
naquelas épocas, comprovam que ao oeste do País estavam realmente verdadeiros
tesouros que iriam dar sustentação a economia do Brasil. A realidade chegou.
Passos ainda inseguros vieram com a criação da Superintendência do Centro-Oeste
(Sudeco), inconcebivelmente extinta no início da década de 90 e agora
ressurgida das cinzas.
O passo mais marcante
do processo de desenvolvimento do Centro-Oeste foi dado pela Assembleia
Nacional Constituinte de 1987/88, quando, por minha iniciativa, e para a qual
contei com decidido apoio, dentre outros, da então deputada constituinte Lúcia
Vânia, o Centro-Oeste foi incluído entre as duas outras regiões Norte e
Nordeste no Fundo Especial, decorrente de recursos do Imposto de Renda e do
Imposto sobre Produtos Industrializados. Foi o tiro que desencadeou a criação
do Fundo Constitucional do Centro-Oeste e que se tornou a grande alavanca para
o desenvolvimento sustentável desta vasta região, dando condições para que a
iniciativa privada tivesse o suporte financeiro para o deslanche do processo
produtivo no campo.
Esperava-se que por
força de decisão da Carta Magna em suas disposições transitórias fosse
implantado o Banco de Desenvolvimento do Centro-Oeste (BDCO), que canalizaria e
distribuiria os recursos do Fundo e dos seus resultados se reaplicaria onde “em
se distribuindo tudo dá”. Porém, Banco ainda não saiu do papel, mas a nossa
luta por ele jamais cessará.
Dessa frustração, o
Centro-Oeste está recebendo algo importante como compensação, com a recente
implantação do FDCO, cujo objetivo é atingir um outro importante sistema
econômico que está ganhando raízes na região, qual seja, a industrialização de
bens produzidos na terra, grãos, cana-de-açúcar, madeiras para celulose,
madeiras leitosas para o látex e a exploração de uma riqueza de minérios e até
matérias estratégicas. É claro que o FDCO tem também por objetivos a
implantação de uma logística de transporte para suporte estratégico da produção
extraordinária que irá decorrer dos incentivos do FCO e do FDCO.
Tem razão a senadora
Lúcia Vânia de insistir, com seu atinado senso patriótico, de que o futuro do
Brasil como uma das maiores expressões da economia mundial emergente está no
Centro-Oeste.
*Ruben Figueiró é
senador pelo PSDB-MS