sexta-feira, 14 de junho de 2013

Delegar ao Judiciário decisão sobre FPE será falta de mérito do Congresso


Para mim foi uma surpresa a Câmara dos Deputados, por divergências de interpretação e de ordem regional, não ter referendado a decisão do Senado sobre a proposta de distribuição de recursos do FPE, obrigando agora o Senado, através de providências do presidente Renan Calheiros diligenciar com urgência projeto de lei alternativo que concilie interesses, todos legítimos, e que levem o Congresso Nacional a definir sobre a nova distribuição do FPE antes do prazo fatal estabelecido pelo Supremo.

Creio que mesmo à última hora, o Congresso Nacional não se furtará a sua função indelével de votar dispositivo legal que permita aos estados, dentro dos parâmetros da Constituição Federal, uma justa participação dos recursos importantes para o seu desenvolvimento e mesmo da sobrevivência institucional daqueles mais carentes.
Será um demérito para o Congresso Nacional, por discórdia entre seus integrantes, obrigar um outro poder, no caso o Judiciário, a tomar as suas vezes quanto à disciplina do FPE.
Nesta semana os deputados federais derrubaram o projeto aprovado no Senado que revisava os atuais critérios de partilha da verba federal. A proposta prorrogava até 2015 o atual critério de rateio e estabelecia mudanças em 2016. Sem a aprovação da lei, não haverá regra de repasse da União aos estados a partir do mês que vem.
Em 2010, o Supremo considerou a atual regra de repasse desatualizada e estipulou que novo critério deveria ser aprovado até o fim do ano passado. Como o Congresso não havia decidido sobre a nova regra, o ministro Ricardo Lewandowski concedeu no início deste ano, por meio de liminar, prazo até 23 junho para a elaboração de uma nova lei sobre o rateio.


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